Título: Suicidas
Autor: Raphael Montes
Editora: Benvirá
Páginas: 478
Ano: 2012
Classificação: 5
Olá leitores! Hoje vou falar deste livro, que me prendeu o tempo todo, e tem um final surpreendente.
Inicio falando que é extremamente
satisfatório pra mim ler um livro nacional. Temos ótimos escritores aqui, e eu
desde cedo aprendi a apreciá-los. E Raphael Montes caprichou tanto no final que
me deixou sem fala. Surpreendente é pouco para definir este livro.
Imagine vocês, nove jovens em um porão de uma
famosa mansão, carregando uma Magnum 608, para participarem de uma roleta
russa. Jovens universitários, da elite carioca, aparentemente sem motivos que
os levem ao suicídio.
A história se passa em uma reunião organizada
pela polícia com as mães das vítimas, um ano depois da tragédia, onde através
da leitura de uma espécie de diário escrito por Alessandro, na semana que
antecedeu a roleta russa, para tentar descobrir possíveis motivos para tal
feito.
Alessandro que sempre sonhou ser escritor, vê
nesta ocasião, a oportunidade de escrever sobre a vida desses nove jovens dias
antes da morte, suas ações e pensamentos, e deixar ali registrado, na esperança
de posteriormente ser publicado. E assim, Alessandro que já passou pela
frustração de ter seu livro recusado por editoras, vê aqui a oportunidade de
ser reconhecido após a morte.
E ali, naquele porão da mansão Cyrille’s
House no passado misteriosamente imaginado por Zak e Alessandro, amigos de
infância, é narrado cada fato ocorrido durante a “roleta russa” que pode
não ter sido totalmente roleta russa em
menos de 24 hs.
[...] ninguém seria capaz de sentir o que
sinto agora, acreditar no que acredito. Nem mesmo eu sei se estou certo. Não
sei se vale a pena estar aqui, vivendo esta loucura, narrando cada instante,
obcecado, vendo seres humanos definharem diante da morte, rendendo-se ao
instinto. Tudo isso pra quê? [...]
Será que o que se passou nesse porão foi de livre
e espontânea vontade de Noel, Waléria, Ritinha, Lucas, Maria João, Danilo, Zak
, Otto e Alessandro?
A leitura do livro provoca um misto de
ansiedade , espanto, medo e repulsa nojo.
E isso nos prende à leitura, pois assustadoramente nos vemos devorando páginas pra saber quem
será o próximo.
[...[ o suicídio deturpa todo esse projeto
predeterminado de vida e morte. Seria como se você mesmo roubasse o controle
das mãos do Divino e decidisse apertar o “Stop” na hora que quisesse. Roubar
Dele o direito de mandar em sua vida [...]
Zak, era um playboyzinho que cresceu tendo tudo, como Alessandro narra
neste trecho:
“Eu estive com ele todos esses anos e sou
capaz de contar nos dedos de uma só mão os problemas que Zak já enfrentou:
quase repetiu a oitava série, não passou de primeira no vestibular, se
apaixonou perdidamente durante duas semanas por uma garota que viu de relance
no metrô...[...]
Talvez pela vida aparentemente fútil de Zak, e por não ter conseguido lidar
com a morte dos pais (recentemente em um acidente de carro) as suspeitas pairam
sobre ele, sobre ele ser o responsável por convencer todos a estarem ali.
Mas será que foi Zak quem realmente convenceu
os colegas a estarem ali para um ritual coletivo de morte?
Não somos nós mesmos responsáveis por nossas
escolhas?
As mortes foram mesmo resultado de uma roleta
russa?
Até que ponto realmente conhecemos as pessoas?
Leia, você vai se surpreender no último
capítulo. Eu garanto!
Um grande abraço
Já quero ler...amei a resenha e me empolguei!
ResponderExcluirBeijos U&B
Adriana
www.unhasebocas.blogspot.com.br
Instagram @blogunhasebocas
https://www.facebook.com/pages/Unhasbocas/477832645611169?fref=ts
;-)
ExcluirAbraço!
Michelle, conheci o Raphael Montes com a publicação do livro O Vilarejo e o enorme sucesso que o mesmo vem fazendo. Mas, também já ouvira falar sobre Suicidas, exceto a sua história. Confesso que me interessei bastante, o suicídio é um assunto muito bom para livros, se bem trabalhado, e o autor conseguiu isso. me encantei com toda a narrativa que o autor criou e a história dos personagens. Gostei!
ResponderExcluirYcaro, os demais livros dele estão na minha lista, pq ele é muito bom ne?
ExcluirUm abraço!
Que incrível! Não sabia que o Raphael tinha outros livros publicados, pois eu só tinha conhecimento de O Vilarejo, que foi lançado recentemente. Lendo sua resenha, pude perceber que o livro é repleto de suspense e mistério, elementos que eu adoro em um livro hahahah Além disso, a história aparenta ser bem cativante! Outra coisa que eu adorei foi a capa, que super combina com a história. Adorei a resenha!
ResponderExcluirLuís, Dias Perfeitos é o próximo da minha lista. Tb me parece ótimo.
ExcluirUm abraço
Bom, como adoro livro de suspense e com final surpreendente, sem dúvidas me interessei por esse livro, parece ser muito bom, como não conhecia, adicionei ele em minha lista de leituras.
ResponderExcluirSua resenha está muito boa e pretendo ler Suicidas em breve.
Engraçado que eu via a capa do livro em vários blogs e outros sites e nunca senti vontade de ler o livro, porém, agora senti vontade e ele ser nacional me surpreendeu. Realmente, temos muitos bons autores no Brasil que não são valorizados. Pretendo ler o livro em breve
ResponderExcluirBeijo